Uma rapidinha (Prosa poética)

Uma rapidinha

Em meu país, tão distante de Portugal, 
uma rapidinha pode conter um teor sexual perigoso sem a tal camisinha.  
Rimou? 

Longe disso, leitores, eu pretendo rimar nesta prosa, 
a fim de dizer que “Uma rapidinha” serviu-me, para explicar a toda gente (da nossa tribo) que me lê, e a toda falsa gente, conservadoramente sem ciência, que há de me criticar, sobre a genética literária que pariu este livro: esta é a obra de um herói maconheiro, o nosso autêntico Che Cannabis, que me surgiu há anos, quando eu era agente penitenciário, completinha da silva, a danada veio! Não precisei de criar patente, apenas cataloguei a vida de Che Cannabis, e de seus loucos feitos heroicos em verso e prosa, desaconselhando os seus caminhos, pois cada ser humano é o seu caminho, a sua verdade e a sua própria vida, assim interpreto as escrituras de Deus. 

Ninguém chega a Deus se não for por aí: por si mesmo! 
Eu cheguei a Deus pelos povos antigos da floresta na Toca da Raposa. 
Esta obra não é capaz de alucinar toda uma estante de livros 
com sua resina crítica, 
até penetrar no sangue e no intelecto de toda gente curiosa de saber 
quem, afinal de contas, é o bicho-do-pé desta nação. 
Divisor de águas, e agora de plantas, o cara é um vegetariano tipicamente incorreto. 

Com cara de bicho-do-mato, Che Cannabis nasceu do nada, mas é gente. 
Filho da mãe natureza é sem pai, nem Zeus. 
Talvez, por isso, ele carrega o peso de querer escrever um mosaico poético e prosaico, 
meio que autobiográfico. 
Sendo a apologia ao crime um terrível crime, 
no Brasil “democrático”, assim como o anonimato; foi aí que o nosso herói maconheiro 
precisou, 
assim como se diz, 
de ser queimado até a última ponta, 
por Val Valença, 
seu biógrafo genético (ou genérico), 
seu pai-átomo. 

Importante foi, antes de tudo, estar quites com a Justiça. 
E, na cadeia, nosso Che poderá ler na internet o seu próprio fim? 
Poderá, antes de virar pó, criptografar pedaços suculentos do seu livro 
nas paredes da sua cela 21? 
Ele foi capaz de vencer uma guerra contra a ignorância do povo brasileiro: 
oh filho desnaturado! Herói já? 
Como assim? 
Não é nisso que eu creio: apenas dou legado ao litígio. 
Hei de ser publicado, catalogado e lido, depois queimado, 
Che Cannabis? 
Só por causa de você hei de ser difamado e perder a amizade da minha família?
 Hei de ser depredado feito uma Nísia Floresta? 
Embora autor, confesso que a ideia (sem o menor acento agora) é dele, 
e, quando eu for censurado pela polícia federal, 
quando este livro-blog incitar os jovens na luta pela legalização da maconha, no Brasil, 
surgirá um clone de “Che Cannabis”, 
ansioso feito Soussândrade, 
e, em uma Holanda ou na Califórnia, 
escreverá literatura brasileira.


Inteligentes os leitores que plantam o senso crítico nas coisas vividas por Che Cannabis, 
de agora em diante, cuidado! 

Che Cannabis perdeu seu caderno manuscrito, doando-me. 
Eu e meu magnífico senso comum, “Cuidado!”, 
durante meu trabalho como inspetor de plantão, 
na guarda prisional, do Castelo da Morte, 
fui engajado na missão de semear a ideia. 
Isso foi quando Che Cannabis, 
antes da transferência para o regime aberto, prevendo uma cilada mortal, 
entregou-me suas anotações, 
aqui publicadas, 
e me disse em um tom convicto de existir um sol maior para o povo brasileiro
no dia em que a maconha for liberada para o plantio: 

                         — Ao Prelo, por favor! Vi, vim e venci. 
Respondi com gosto e com vibrato na voz:
                                                           — Agora mesmo, Che Cannabis! Yeah! 

             Mas, que coisas iriam ser publicadas sobre Che Cannabis? 
Sexos, drogas e “Roots rock reggae”, de Bob Marley? 
Não é isso?

 Preciso de, urgentemente, tipo uma rapidinha, dizer que, 
se, agora, você for capaz de ler “Meu pé de maconha”, 
em primeira mão, aproveite esse momento para fazer a cabeça de pensamentos científicos, 
mas subjetivos todos. 
Outra coisa, você só terá permissão governamental de plantá-lo mentalmente. 



Eu sou Val Valença, e dou fé que o herói realmente existiu fora daquele manuscrito 
que tive acesso, além e aquém da ficção. 

Não sei do resto. Tudo virou pó, menos este mosaico sobre um homem que se autodenominou, 
o Che Cannabis; não revelarei seu nome por causa dos direitos autorais,
 já que os quero para criar uma futura ONG de leitores usuários de maconha 
que amam estudar a língua portuguesa. 
Mas eu, virando um autor dos outros e um rebelde com causa, 
depois de ler o caderno de um maconheiro deste nível, 
fiquei pálido até hoje e vim anunciar a boa-nova, 
antes que seja tarde e eu vire pó também. 
As partes do caderno, ou dessa boa-nova, foram levadas do Castelo da Morte até minha casa, há uma década, e só agora saiu do prelo, graças à editora que me conduziu pela paciência de Jó. Subir na vida de degrau em degrau, eis o que eu miro. 

Eu sei que ter um pé de maconha é um crime no Brasil, 
e que, embora falemos de trás das portas que nos abrem para um digital século XXI, 
cheio de desafios e embates ideológicos, 
com seu raio laser e seu latrocínio, 
nós é que somos ainda leigos no assunto da maconha. 

Eu sei que um pé de maconha só pode existir, se for no papel, na ideia. 

Um agricultor será condenado por plantar uma erva antiga,
chamada cânhamo, que serve para fazer sapato e roupa, 
serve como fibra, 
de suas sementes californianos fazem leite, sorvetes, bolos, 
e, recentemente, descobriram uma forma de fazer um lubrificante sexual com a maconha.
Para uma rapidinha como esta aqui,
 eu fui beber na literatura de Che Cannabis. 
Engoli (ou plagiei) tudo que ele fumou de ideias loucas 
e cheias de resinas, para me inspirar literariamente. 

Missão impossível? 
Talvez não saiba responder.
Che Cannabis sabe sim, primata!
 Habitante das cavernas e das árvores, filho do escuro da floresta, 
o dono da Toca da Raposa.



Digo mais, pela resina de viver e ser feliz sem filosofia eurocêntrica, 
foi que Che Cannabis sobreviveu. 

Digo ainda mais:
 logo depois de ele pegar em armas de fogo 
e de abraçar poemas e letras de músicas, 
longe de virar esse tal de Camões, 
Cannabis sonhou com o dito cujo, que sou eu, publicando este livro. 

Por outro lado, eu, que vivo de remédios farmacológicos, 
dedicarei esta obra de arte literária aos meus contemporâneos brasileiros 
e às grandes brasileiras, 
mães 
filhas 
da 
pátria 
divididíssima 
ideologicamente 
pela 
legalização 
ou
 não
 da
 erva
 da
 Índia
Índica e Sativa. 



Ele encontrou primeiro uma vontade, depois um fundamento científico, 
eita danado Che Cannabis!
 Em pleno carnaval, de 2016, 
busquei as letras verdianas para ser seu copista, seu monge predileto, 
mais que Lutero e Albert Einstein é pouco! 

Emocionado com sua escrita, ligada ao poema e à canção de música,
 no reencontro com a banda de reggae, Che Cannabis quis ser o Val Valença, 
por um momento que durou um livro, ou por um livro que durou sete ou seis partes.
 Ser eu que sou um cantor desafinado da banda de reggae e polifonia, 
o AlfaRudá, eis o seu sonho de verão. 

Cantor e guarda, não mais um esquizofrênico. 

Essa seria sua última sensação de doença? Sua última realidade?
 Agora, bem aqui, virei um copista tirado a escritor. Show de bola! 
Ave, Maria, cheia de graça que ele não ama mais ser de Deus. 
Quem?
 Resposta: o Che Cannabis! 

A imagem pode conter: desenho
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Foi ele quem nasceu, 
quando os capitalistas e socialistas 
viabilizaram a internet pra massa 
e abriram mão da Guerra Fria; ele quem fumou da nanotecnologia dos robôs 
e de suas resinosas inteligências artificiais, depois de comer pipocas de microondas. 
Os robôs não se drogam, se não forem programados pelos homens.
 Por outro lado, Deus é o átomo da célula na epiderme da mãe natureza
 e só isso, repetia-me Che Cannabis, 
enquanto preso:

             — Deus é a mãe natureza. 

Deus é o átomo da célula grudado na epiderme de nossa mãe natureza. 
Em outras palavras, 
o Che Cannabis nasceu na encruzilhada da macumba, 
e, que nem um bicho-de-pé, ou lagarta de fogo, 
amadas taturanas, 
no sítio de pés-de-maconha, 
ele absorveu os fluídos de uma ideia tatoo governamental, 
lançada na mídia: 
Che era filho de uma doença Zika de viver, 
feito da AIDS, 
e abortado na louca gravidez de ideias científicas: 
maconha faz bem sim, senhor!






Diz a Mãe Natureza: "A Microcefalia é minha cúmplice. 

Che me saiu com uma: “que é um nome bonito é, 
mas serve pra um diabo feio danado no feto”. 
Foi assim, então, que, na Zika e na AIDS, 
a maconha corroeu os neurônios 
de Che Cannabis, deixando o nosso herói meditar 
sobre a proeza de não se pensar em nada. 

Como era difícil, eu não sabia de Alberto Caeiro, poeta da natureza, 
resolvi dar cabo a essa obra custe-me o que me custar:  
podia ser processado, feito Kafka, 
e perder meu emprego de professor, 
tipo Dostoiévski, em “Crime e Castigo”,
 mas eu precisava de escrever este livro pela simples questão: 
Che Cannabis perdeu honra cedo.  
Voltando ao assunto, Che sabia que muitas drogas 
contra a depressão
 não passavam de medidas tomadas pelas autoridades públicas no Brasil,
 as chamadas medidas preventivas. 
Canalhas de terno e gravata!
 Escravocratas disfarçados de democráticos! 
Saibam que só não digo a verdade, pois ela não existe para ser dita. 
Digo que foi Che Cannabis quem plantou essa coisa toda, 
mas em metáforas, que é para o doutor não reclamar. 

O meu psiquiatra disse que faria muito bem 
ajudar o Che Cannabis a ser o que foi e o que não foi: 
nome disso é ficção. 

Mas a minha psicóloga não concordou com a ideia do psiquiatra, 
sem saber que a ideia vinha dele e não de mim. 

Diante da ficção, a realidade foi ver “Meu pé de maconha” 
que nasceu macho e virou fêmea, pronto para degustação.    

Convido-te a conhecer o que havia de mais simples 
e complexo naquele manuscrito de Che Cannabis. 
Entre uma ou outra frase, seus neurônios entrarão em choque, a fim de responder:
 Che Cannabis é criminoso ou poeta? Che fumou maconha dentro da cadeia. 
Isto não seria nenhum absurdo, com tanta ilegalidade dentro 
e fora das prisões brasileiras. 


                                                                            Che Cannabis filosofa feito Nietzsche



A questão é que o escritor Che Cannabis era ainda um professor, 
e também, um guarda prisional de dar gosto. 
Depressão dos infernos? 
Será? Safadeza? 
O que segue são fatos que eu compreendi, através do caderno de Che Cannabis, 
o nosso herói e símio, mas que agora eu teimo em desvendar que macaco é esse Super-homem. 
Que coisa! Além do homem? 
Super-homem não fuma maconha, medica-se. 
Nietzsche não vacila. 
Che Cannabis de tão humano, 
tornou-se demasiadamente humano. 
Che Cannabis é um Além-do-homem, 
maconheiro por si só.



Ilustrações de danieluiz



Che Cannabis brinca de símio no tronco da sapopema.
  |
Decifra-me ou devoro-te, amizade! Diga-me : Che Cannabis não sou eu? 
Parece, mas não é... Eu não sei o que se passa na cabeça do Che Cannabis. 

Ele usou muita gente real nesse livro. 

Cabe agora dizer a toda essa gente real, 
que Che Cannabis trouxe a gente pra morar dentro de um livro. 

Além do real, o livro nos leva pra imortalidade. 

Eu ficarei imortal com o AlfaRudá e agradeço a galera toda. 
Che Cannabis fundou o Reggae Humildade, um lance Punk. 
A próxima parte virou uma mutação. 
Da poesia cortante à letra de música... 
Modulações polifônicas. 

Veja só que coisa! 
Quase um fim. 
Cara de começo.





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